São quase meia noite e Ela ainda está por lá. Sozinha, cheia de si, acreditando mesmo estar em companhia de conhecidos. Pensando poder driblar a solidão e seu sofrimento, com alguns copos de vodka e pequenos tragos em cigarros de amigos. Vazia, vazia, Ela é vazia agora!
Antes, quando se entregou aquele pequeno romance, aliás, até então, poesia! Antes, Ela estava apaixonada, pelo simples fato de querer se apaixonar. Sempre desejou que isso fosse recíproco. Por certo tempo, chegou mesmo a ser, porém a realidade agora é outra, muito mais penosa e sincera. Ela está vazia!
Sua identidade aqui será preservada. Se um dia Ela chegar a ler, saberá que falo sobre Ela. Seus desejos e segredos, serão desvirtuados por mim. Porque na minha história, tudo posso! Afinal, é minha!
Enfim, Ela joga cartas com amigos do clube. Canta e dança como se fosse o último dia de sua vida, estando ao lado de estranhos. Se esquece que mal olha pra quem realmente se importa com Ela. Tanto faz, Ela se acha 'feia' o bastante, pra achar que alguém se interessaria por sua imagem (e quem sabe, semelhança).
Fato é, que essa guria não se interessa por si mesma. Desculpe minha sinceridade, mas é óbvio demais até pra mim, que sou desajeitada com esse lance de amor. Fica nítido, extremamente claro, que Ela no fundo do peito (ou do cérebro) não se importa com seu bem-estar. Ela está demonstrando tanto medo em se conhecer, que apenas se sente bem, colocando-se no lugar do outro. Pois bem, vou explicar!
A menina está preocupada com a intensidade com que a outra ira lhe amar, se é que a outra irá lhe amar. Ela se importa mais com a maneira em que a outra tratará seus sentimentos. Enquanto isso, do outro lado da cidade. A 'outra' no fundo até se importa, mas agora, agorinha mesmo, está curtindo 'outras'.
Ok! Posso estar sendo dura demais com Ela, mas você a de concordar, que não se pode esperar tanto tempo por alguém que não se resolve, alguém que quer ter todas aos seus pés e vive se vangloriando por isso. Certo? Afinal, quem quer resolver, vai lá e resolve, sem frescuras (e ponto final)
Acho muito injusto a 'outra' ficar querendo Ela por perto, sem querer se desgrudar das outras. Mas essa 'outra' é cobra criada e sabe jogar, enquanto Ela, apenas joga cartas com seus amigos do clube.
Confesso que admiro o esforço danado que Ela tem feito pra esquecer a 'outra'. Tem praticado o (des) apego. Vamos torcer pra dar certo! Bom, chega de dar minha opinião sobre essa história e bora ao que realmente interessa!
Ela, a personagem principal da história (que aqui não terá um nome), está deslumbrada por outra guria, muito da 'fulaninha' por sinal. Mas se a consquistou, é porque certamente possui excelentes qualidades (se é que me entende).
As duas criaram e procriaram ilusões. Coisas que não viveram, que apenas desejaram, mas não deram certo. Ou porque não era pra dar, ou porque não era pra ser. Acontece que agora, depois de muito tempo de espera, nada ainda aconteceu, o que as deixa muito agoniadas. Porém são duas covardes, que não sabem lidar com sentimentos. Claro que a culpa maior é Dela e não da 'outra'. Porque a 'outra' é esperta, melindrosa, já Ela... menina moça, menina de quase tudo, moça de pouca mulher.
Agora passa da meia noite e Ela está por lá, acreditando ser a dona do pedaço, rainha do barraco, ou seja lá como for. Aposto que nem tá chamando tanto a atenção assim. Porque deve estar com cara de choro, Ela sempre guarda um pouquinho dessa cara chorona, pra ver se aparece alguém afim de fazer um cafuné (Ela é muito fraca, olha a que ponto chega).
Já a 'outra' está na zona. Farreando (talvez, até sozinha), mas lá está, caminhando por ai, fotografando novas 'outras' com sua retina avassaladora (isso é o que a 'outra' diz, porque realmente a guria se acha demais!).
Resumindo a história, porque sinceramente me cansei de tanto melo-melo. Nossa bonequinha de gesso, está vazia. Mas precisa acreditar e sentir-se viva, então agora (depois da meia noite, que já é outro dia) está 'se divertindo' (claro, pensando na 'outra'). Sua amada, pensa Nela, enquanto deseja beijar as 'outras' (acho até que está beijando), porque a danada sabe se arriscar!
Enquanto isso tudo acontece lá fora, fico aqui, fumando meu cigarro e fazendo da minha história, outras histórias, pra você que está lendo, acreditar que Eu esteja falando de você!
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